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Poupança para os filhos é coisa do passado: investidora de 9 anos compra FIIs para ganhar “aluguelzinho”

Laura Moraes e o pai, Arthur Arthur Vieira de Moraes

A poupança é o destino escolhido por muitos pais para colocar dinheiro e assegurar futuro dos filhos. Mas na casa de Laura Moraes, de nove anos, foi diferente.

A menina começou a investir em fundos imobiliários aos seis anos de idade. “Meu pai sempre falou muito bem desse assunto e eu me interessei”, afirma a menina.

O gosto pelo segmento imobiliário vem de berço. Laura é filha de Arthur Vieira de Moraes, professor de finanças e especialista em fundos imobiliários, sócio e diretor de educação do Clube FII.

Pai e filha gostavam de jogar Banco Imobiliário. Ambos costumam, até hoje, passear pela Avenida Paulista, uma das principais da capital paulista. Um dia, Moraes contou como as regras do jogo poderiam ser aplicadas à vida real.

“Mostrei à minha filha vários imóveis que ofereciam a possibilidade de ganhar um aluguel de verdade. E pedi a ela que optasse por um segmento”, lembra. “Laura pensou e escolheu um shopping da região, algo que fazia parte da realidade dela”. Foi seu primeiro investimento, em FIIs de shoppings.

No começo, Moraes entregava para Laura os rendimentos dos FIIs em dinheiro – que chamava de “aluguelzinho” – para “tangibilizar” o investimento. Agora, ela vê extratos e planilhas e reinveste os dividendos em novas cotas.

Laura recebe R$ 10 reais nos fins de semana, quando troca os lixos da casa e os tapetes da cachorrinha da família. Além disso, sempre ganha um “dinheirinho” dos avós. E no fim de todo semestre, conta com um abono do pai, que marca tudo numa planilha. Boas notas garantem mais “presentes” desse tipo. Tudo somado, são aproximadamente R$ 500 reais.

Laura usa uma parte para consumir – ela adora mangás e Funko Pop (bonecos feitos em vinil inspirados em personagens de filmes e da cultura pop). A outra parte, vai para os investimentos. “Se ela compra uma cota de FII, eu completo com mais três”, conta. “Tudo acontece com a iniciativa da Laura. Desta forma, é possível fazer com que ela dê valor ao investimento e tenha a noção do processo”.

A pandemia de coronavírus provocou uma diversificação forçada da carteira da pequena investidora. Afetados pelas restrições de circulação, os FIIs de shopping deixaram de distribuir rendimentos durante esse período.

Foi quando Laura pediu ao pai para aplicar em “lugares em que as pessoas trabalhavam”. Moraes sugeriu a ela fundos imobiliários de lajes corporativas e de galpões logísticos.

Resultado: Laura tem R$ 8,5 mil investidos em FIIs atualmente. “Eu fico animada, porque é muito legal investir e ganhar ‘aluguelzinho’ todo mês. Agora é pouco, mas eu vou ter muito dinheiro”, diz a menina.

Os planos de Laura, por enquanto, são simples: comprar um cachorro da raça Husky Siberiano. Segundo Moraes, com o processo do investimento, a filha já entendeu o que são os juros compostos, o que as pessoas gastam e quanto ganham. “Isso constrói um efeito disciplinador com relação às finanças”, avalia.

“Pai, eu vou ter muito mais dinheiro que você. Eu comecei a poupar aos seis anos, e você, só aos 20 anos”, brinca Laura. Assim nasce uma investidora.

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Por: Neide Martingo – InfoMoney

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