A penúltima semana de novembro no mercado financeiro vai ser marcada por uma agenda de poucos indicadores. Nos Estados Unidos, tem um dos feriados mais aguardados do ano, o Dia de Ação de Graças, na quarta-feira (24).
As Bolsas em Wall Street estarão fechadas nessa data e funcionarão parcialmente na sexta-feira, a Black Friday, até às 15h (horário de Brasília). Os festejos prometem reduzir o volume de negócios por lá e por aqui também.
No Brasil, os investidores vão seguir acompanhando os próximos passos de transição do governo Lula. As preocupações com a política fiscal na gestão do próximo mandatário pioraram após declarações do presidente eleito, que até agora não se mostrou amigável ao mercado da forma que os agentes esperavam.
Bolsa está barata, mas pode valer menos ainda com política fiscal sinalizada por Lula
“Além disso, nomes da futura equipe vão permanecer sob o olhar do mercado na semana, já que não há qualquer definição oficial nesse assunto”, ressalta Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú. Fernando Haddad, que concorreu ao governo de São Paulo este ano e é ex-ministro de Lula, é visto como o nome mais cotado para assumir a Economia, notícia que não tem agradado os investidores.
O indicador de maior relevância da semana no Brasil é a prévia do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA-15), que será divulgado na quinta-feira (24). O Itaú prevê uma alta mensal de 0,55%, levando a taxa anualizada para 6,2%.
“A leitura deverá ser pressionada por preços de alimentação em domicílio, especialmente in natura, etanol e itens de higiene pessoal. Por outro lado, passagens aéreas devem apresentar alguma deflação. Olhando para o núcleo da inflação, serviços (como alimentação fora de casa aluguéis) e bens devem mostrar algum alívio na margem”, diz a análise de Mario Mesquita.
Fora o IPCA-15, a agenda brasileira de indicadores traz as transações correntes mensais do governo, referente a outubro, na sexta-feira (15). O Itaú espera por um déficit de US$ 4,7 bilhões. A arrecadação do governo também poderá ser divulgada ao longo da semana.
Nos Estados Unidos, com a semana mais curta, a agenda também está enxuta de indicadores. O grande destaque fica com a ata do Comitê de Mercado Aberto do Banco Central americano (Fomc, na sigla em inglês), que sai na quarta-feira (23), um dia antes do feriado.
O documento vai detalhar a dinâmica da última reunião do comitê, realizada no começo deste mês, em que o Fomc elevou os juros em 75 pontos-base pela quarta vez seguida.
Nas últimas semanas, os investidores têm recebido sinais mistos das autoridades do Federal Reserve. Enquanto alguns começam a mostrar preocupações sobre o risco de uma recessão, apontando para uma possível desaceleração na alta de juros, outros reforçam a ideia de que o combate à inflação ainda não acabou.
Por isso, a série de PMIs (sigla em inglês para índice de gerente de compras) prevista para quarta-feira deve ser acompanhada com atenção, assim como outros indicadores da indústria e de emprego, previstos para a semana.
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Por: Mitchel Diniz – InfoMoney