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Ibovespa sobe 2,26%, mas cai 5% na semana; Magazine Luiza (MGLU3) afunda 13% no dia

Ibovespa sobe 2,26%, mas cai 5% na semana; Magazine Luiza (MGLU3) afunda 13% no dia

O Ibovespa hoje encerrou o pregão de sexta-feira (11) em alta de 2,26%, aos 112.253,49 pontos. A máxima do dia foi de 113.009,62 pontos, enquanto a mínima foi de 109.408,10 pontos. O volume financeiro somou R$ 49,5 bilhões. Na semana, o índice caiu 5,00%. No mês, o Ibovespa cede agora 3,26%, com ganho no ano a 7,09%. A perda na semana foi a pior desde o intervalo entre 13 e 17 de junho, quando cedeu 5,36%.

Após queda de 3,35% na sessão anterior, o Ibovespa conseguiu aproveitar o bom humor externo e efetivar retomada parcial nesta sexta-feira, 11, ao fechar em alta de 2,26%, aos 112.253,49 pontos. Ainda assim, a perda de 5,00% na semana chama atenção se comparada ao ganho de 5,90% para o índice amplo de Nova York, o S&P 500, no intervalo. Na semana passada, colada ao segundo turno da eleição, o Ibovespa tinha subido 3,16%, após recuo de 4,49% na anterior, que antecedeu o pleito de 30 de outubro.

Segundo Marcelo Oliveira, CFA e co-fundador da Quantzed, o Ibovespa hoje mostra um movimento de repique normal da bolsa para cima e dólar para baixo após um dia muito volátil.

“Ontem tivemos um certo exagero na queda da bolsa por declarações de Lula e o mercado todo indo para o mesmo lado por causa do receio com o não cumprimento da política fiscal”, diz Oliveira.

Além disso, China também deu um alívio nas políticas de lockdown, impulsionando Vale (VALE3), que representa 15% da composição do valor do Ibovespa, que subiu forte nesta sexta-feira (11). A alta obtida pela mineradora corresponde a um avanço de 1,5% no índice de ações brasileiras, ajudando bastante na recuperação.

As recentes idas e vindas do índice mostram um padrão de volatilidade associado especialmente à condução da política fiscal sob o futuro governo, em um contexto externo ainda desafiador em meio ao ajuste das políticas monetárias nas maiores economias, com elevação dos juros. Aqui, a percepção de que a nova administração moverá todos esforços para cumprir promessas de campanha logo na largada de mandato, como o reajuste real do salário mínimo e a manutenção do benefício social (Auxílio Brasil) em R$ 600, mantém os investidores na defensiva.

Contudo, as perdas acumuladas entre segunda e quinta, que superavam 7% no fechamento de ontem, abriram caminho para recuperação técnica nesta sexta-feira, em sessão favorecida, no exterior, por afrouxamento de parte das medidas de controle da Covid na China, o que deu impulso também a outras ações de mineração e siderurgia.

“Depois de dois dias de queda para o Ibovespa (de 3,35% na quinta e de 2,22% na quarta-feira), o adiamento da apresentação do texto-base da PEC da Transição acabou sendo um fator positivo para a correção de hoje. A esperança do mercado é de que o texto venha ainda a refletir preocupação com a questão fiscal, de qual será a sinalização dos gastos públicos para programas sociais. O mercado segue monitorando de perto a composição desse texto”, diz Stefany Oliveira, chefe de análise de trading na Toro Investimentos.

No começo da tarde, o índice renovava então máximas do dia, com reação positiva do mercado a comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em que pareceu mostrar tranquilidade com a situação fiscal doméstica. Durante evento, ele disse que a mudança de governo será um teste para a autonomia formal do BC, mas não deve reverter a medida. “Eu acho que a autonomia segue. É importante que eu fique esses dois anos justamente para mostrar que a autonomia funciona, mas o Banco Central é técnico, vai trabalhar com o governo novo, tentar cooperar no que for possível”, afirmou.

Campos Neto reconheceu a forte reação negativa, ontem, dos ativos brasileiros aos planos fiscais do governo eleito, mas tentou passar uma mensagem serena, de que é preciso aguardar o desenho final das medidas.

“Tivemos um dia mais positivo após o forte movimento de queda, ontem. O mercado está bem preocupado com a PEC da Transição, especialmente depois das falas do presidente eleito, que reacenderam temores de postura um pouco mais radical. Ainda está tudo em terreno de incerteza: a equipe de transição tem tempo para trabalhar, há água para rolar”, diz Felipe Moura, sócio e gestor da Finacap Investimentos, destacando em particular a preocupação do mercado com relação ao volume de recursos que ficarão de fora do teto de gastos, o que se reflete em aumento da percepção de risco fiscal para o próximo ano.

Pela manhã, a divulgação pelo IBGE do desempenho da atividade de serviços em setembro trouxe surpresa positiva, com crescimento de 0,9% ante agosto, acima do esperado, observa a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack. “Os serviços de informação e comunicação puxaram esse resultado, além da expansão que veio também dos serviços prestados às famílias, como alimentação fora de domicílio, turismo e entretenimento. Com o processo mais consolidado de reabertura da economia, que se reflete também na redução da taxa de desemprego, e a própria desaceleração recente da inflação, teremos um crescimento econômico bem melhor do que se previa no início do ano, perto de 3% para 2022”, acrescenta.

Ainda assim, as expectativas do mercado financeiro para as ações no curtíssimo prazo estão mais cautelosas, mostra o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, 40% esperam queda para o Ibovespa, um salto ante a fatia de 18,18% da pesquisa anterior. Outros 40% acreditam em ganho, e 20,00%, em variação neutra, de 27,27% e 54,55%, respectivamente, no último Termômetro.

Bolsas de Nova York

Após terem sua melhor sessão em dois anos, as bolsas de Nova York conseguiram fechar em alta nesta sexta-feira, 11, em uma sessão volátil. No radar, estiveram os dados de confiança do consumidor americano e expectativas de inflação do país.

Além disso, a perspectiva majoritária, proporcionada pelo índice de inflação ao consumidor (CPI), de que o Federal Reserve (Fed) deve arrefecer seu ritmo de aperto monetário continuou a fornecer apoio aos índices.

  • Dow Jones: +0,10%, aos 33.747,86 pontos
  • S&P 500: +0,92%, aos 3.992,93 pontos
  • Nasdaq: +1,88%, aos 11.323,33 pontos

Na semana, por sua vez, as altas foram de 4,15%, 5,90% e 8,10%, respectivamente.

O dólar à vista fechou em baixa de 1,17%, a R$ 5,3337, depois de oscilar entre R$ 5,2495 e R$ 5,4058. Na semana, a moeda norte-americana subiu 5,36%.

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta sexta-feira, 11, impulsionados por sinalizações da diminuição das restrições para conter a covid-19 na China. Além disso, a continuidade da desvalorização do dólar, que vem de forte recuou desde ontem, dá forças aos preços, uma vez que a commodity é cotada na moeda americana.

O petróleo WTI para dezembro fechou em alta de 2,88% (US$ 2,49), a US$ 88,96 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para janeiro de 2023 subiu 2,42% (US$ 2,32), a US$ 95,99 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na semana, os recuou foram de 3,94% e 2,75%, respectivamente.

O contrato mais líquido do ouro estendeu o rali desta quinta, 10, em meio à continuidade da desvalorização do dólar, ainda na esteira da perspectiva de um Federal Reserve (Fed) reduzindo ritmo de aperto monetário, após o índice de preços ao consumidor (CPI) americano.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro fechou em alta de 0,89%, a US$ 1.769,4 por onça-troy. Na semana, o metal precioso subiu 5,43%.

No Ibovespa hoje, a principal alta da sessão veio com CSN (CSNA3), de 16,81%. Além disso, a JBS (JBSS3) também foi um dos destaques positivos, com variação de +11,92%, e a Usiminas (USIM5) subiu 10,58%. Minerva (BEEF3) avançou 10,49%, enquanto Vale (VALE3) disparou 10,40%.

Na ponta negativa, se destaca o Magazine Luiza (MGLU3), que despencou 13,07%, Locaweb (LWSA3), com queda de 9,82% e Cogna (COGN3), que caiu 5,68%. B3 (B3SA3) desvalorizou 5,49%, enquanto Via (VIIA3) variou -5,43%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Na semana, os principais destaques positivos ficaram com Gerdau, Vale e CSN, com altas de, respectivamente, 15,43%, 13,91% e 13,54%.

Na ponta negativa, os destaques foram Magazine Luiza, que despencou 28,36%, Americanas, que caiu 26,75%, e Positivo, que fechou a lista com queda de 26,03%.

Maiores altas da semana:

Maiores quedas da semana:

  • Magazine Luiza (MGLU3): -28,36%
  • Americanas (AMER3): -26,75%
  • Positivo (POSI3): -26,03%
  • Via (VIIA3): -23,27%
  • Cogna (COGN3): -22,43%

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

Itaú: “Balanço sólido, com indicadores de qualidade”, diz BTG; ação deve valorizar

Nesta quinta-feira (10), o Itaú (ITUB4) anunciou os resultados do 3T22. O banco teve um lucro líquido recorrente gerencial de R$ 8,079 bilhões, alta de 19,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os analistas do BTG Pactual mantiveram sua recomendação de “compra” para as ações do Itaú, com um preço-alvo de R$ 37.

Conforme avaliação do BTG, os números do Itaú no terceiro trimestre vieram sem surpresas, mas o balanço foi “muito bom”, “sólido” e “limpo”.

O lucro líquido do Itaú foi apenas 1% superior às projeções. “Os NPLs (inadimplências) subiram, mas em linha com as expectativas e já dando sinais de estabilização, o que acreditamos ser bem recebido pelo mercado”, diz o BTG.

Os analistas dizem que após resultados “decepcionantes” do Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) é possível dizer que os números em linha do Itaú devem realmente ser vistos como mais fortes do que o consenso.

Itaúsa aumenta lucro líquido recorrente para R$ 3,6 bilhões em trimestre com “giro de ativos”

A Itaúsa (ITSA4) teve alta de 32,9% em seu lucro líquido recorrente no terceiro trimestre de 2022 (3T22), chegando a R$ 3,6 bilhões. O destaque do período foram as movimentações de compra e venda de participações societárias pela holding, como a aquisição da CCR (CCRO3) e venda de ações da XP (XPBR31).

O resultado da Itaúsa foi divulgado pela empresa na manhã desta sexta-feira (11), antes da abertura do mercado.

A Itaúsa classificou o período como de ‘crescimento e solidez do portfólio’ e afirma apresentar ‘ganho com giro de ativos’.

A empresa teve um aumento de 50% no lucro líquido do trimestre, para R$ 3,55 bilhões. No acumulado dos primeiros nove meses de 2022, a Itaúsa registrou lucro líquido de R$ 10,35 bilhões e lucro líquido recorrente de R$ 10,4 bilhões.

De acordo com a administração, o “grande destaque” foi o Itaú Unibanco (ITUB4), que apresentou “sólido crescimento, impulsionado pelo avanço da carteira de crédito e melhor margem financeira”.

IRB Brasil (IRBR3) aumenta prejuízo em 92% no trimestre

O IRB Brasil (IRBR3) teve uma alta de 91,8% em seu prejuízo no terceiro trimestre de 2022 (3T22), para R$ 298,7 milhões. Os dados financeiros da resseguradora foram anunciados nesta quinta-feira (10).

Segundo a administração do IRB, o impacto negativo aconteceu com os efeitos climáticos que, por sua vez, acabaram afetando os contratos da empresa referente ao segmento rural.

“O efeito das variações climáticas no agronegócio, que gerou quebra de safra e resultou em perdas significativas para os produtores rurais e, consequentemente, para as seguradoras e resseguradoras, ainda impactou nosso resultado do terceiro trimestre. Esse efeito relevante elevou a sinistralidade a níveis não esperados pela companhia, que já esperava colher de maneira mais significativa nesse trimestre os resultados da estratégia de re-underwriting iniciada em 2020”, disse a administração.

Cotação do Ibovespa nesta quinta (10)

O Ibovespa fechou a sessão desta última quinta-feira (10) em forte queda de 3,35%, aos 109.775,46 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)



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Por: João Vitor Jacintho – Suno

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