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Iguatemi (IGTI11): retirada de descontos ajudou a alavancar aluguéis de mesmas lojas; perspectiva para 2023 é otimista, diz CEO

Em teleconferência de resultados nesta quarta-feira (9), a CEO Cristina Anne Betts destacou que o Iguatemi (IGTI11) demonstrou avanços em todas a frentes no desempenho do 3T22. “Temos números muito robustos e desempenho acelerado durante todo o ano e que vimos também no 3T22”, destaca ela.

Guido Barbosa de Oliveira, CFO, afirmou que a empresa tem trabalhado forte o não repasse da inflação aos lojistas, o que fez com que o custo de ocupação continuasse saudável. A taxa de ocupação dos shoppings Iguatemi continuou em um bom nível, agora de 93,2% (contra 92,4% de 3T19). Ele afirmou ainda que os aluguéis mesmas lojas (SSR) que subiram 8,8 pontos percentuais (p.p.) no 3T21 (61,8%) em relação ao 3T19 (53%) mostram a força e a resiliência do portfólio com a retirada dos descontos.

“Estamos recuperando contas a receber de outros períodos e o pagamento do que foi faturado neste trimestre. É reflexo da saúde dos lojistas”, aponta a CEO Cristina Anne Betts, que destacou ainda a inadimplência negativa por mais um trimestre.

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Segmento online

O 365 Iguatemi, shopping online do grupo, teve trimestre muito bom na avaliação de Cristina, mas ainda não deve chegar no breakeven em 2023. Segundo ela, o segmento deve ter uma eficiência muito melhor, mas ainda sem atingir o ponto de equilíbrio da operação do shopping online do Iguatemi. Ela afirma que “a tecnologia ainda não acompanha” o processo da 365. Isso por que uma nova plataforma deve ser lançada. A mudança deve ocorrer após o Natal e estar pronta antes do Dia das Mães.

Confiança para 2023

Cristina Anne Betts acredita que 2023 será positivo para a empresa, com a mudança de comportamento das pessoas no pós-pandemia. Se o cenário de queda de inflação e taxa de juros se confirmar, isso deve dar ainda mais estímulo para o setor.

Outro fator de otimismo para o Iguatemi em 2023 é a taxa de ocupação de lojistas, que superou neste trimestre o nível pré-pandemia. Segundo Cristina, o objetivo não é apenas preencher os espaços, mas fazer isso de forma correta. “Essa morosidade é por que brigamos para ter lojistas que fazem sentido para o mix do shopping e no preço correto. Temos feito negociações muito boas. Essa forte recuperação das vendas nesse ano foi importante pra gente ter mais força na nossa comercialização”, afirma.

Conversas sobre fusões e aquisições

Ao ser questionada sobre possibilidades de M&A, a CEO destaca que, durante a pandemia, houve uma discrepância entre as expectativas de compradores e vendedores. Mas que agora os preços estão mais realistas e que haverá “mais conversas de M&A”.

O fechamento da compra de participação total no JK Iguatemi dá à empresa um benchmark importante para realizar qualquer outro tipo de transação que possa vir, segundo Cristina. “Já estamos tendo muito mais conversas do que tínhamos há 2 anos”, afirma.

Segundo Cristina Anne Betts, a perspectiva da empresa não é olhar para projetos greenfields no momento, e há oportunidade melhores em outras estratégias. “Há muita oportunidade de capturar eficiência dentro do atual portfólio, que poderia vir antes de greenfields, como expansões. Ainda não estamos animados em olhar greenfields no curto/médio prazo”, destaca ela.

Análises

As units da companhia registravam queda de cerca de 2% na tarde desta quarta, apesar de analistas apontarem o balanço como sólido.

“A Iguatemi apresentou números operacionais muito fortes, com o SSR aumentando acima da inflação, os custos de ocupação em linha com os níveis pré-pandêmicos e a inadimplência negativa, que foi alimentada pelas vendas que continuaram em uma tendência positiva, que deve continuar apoiando novos aumentos de aluguel dadas as condições saudáveis para os inquilinos”, avalia o Bradesco BBI.

No entanto, os analistas avaliam que as operações de varejo (i-Retail e 365) e resultados financeiros ainda estão impactando negativamente o resultado final, embora a aquisição do JK deva levar a mais revisões para cima. Assim, mantêm a recomendação de compra para IGTI11.

A XP também tem recomendação de compra para o ativo, com preço-alvo de R$ 28. Para os analistas, a companhia teve resultados sólidos conforme o esperado no 3T22, principalmente impulsionados pelo excelente crescimento do aluguel nas mesmas lojas de 61,8% versus 2019, levando a um sólido desempenho da receita de aluguel. Como resultado, a receita líquida acelerou, ainda que cerca de 5% abaixo das estimativas dos analistas da casa.

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Por: Lara Rizério – InfoMoney

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