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Lucro da Vamos (VAMO3) cresce 34,7% no 3º trimestre, para R$ 150 milhões; “não temos competidor com relevância”, diz CFO

A Vamos (VAMO3), empresa de locação de caminhões, máquinas e equipamentos, registrou lucro líquido de R$ 150 milhões no terceiro trimestre de 2022, batendo mais um recorde, segundo a companhia. A cifra é 34,7% maior que a registrada no mesmo período do ano passado. Na comparação com o segundo trimestre, o lucro cresceu 5,3%.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações a amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 554,3 milhões, um crescimento de 90,2% em bases anuais e de 23,1% na comparação trimestral.

A receita líquida total da companhia chegou a R$ 1,378 bilhão, com crescimento anual de 68,2% e de 16,5% na comparação trimestral.

A receita futura contratada da companhia avançou 103,7% para R$ 12,6 bilhões, “o que assegura um forte crescimento para os próximos anos”, diz a mensagem da administração que acompanha os números.

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Empresa encerrou trimestre com frota avaliada em R$ 9,4 bilhões

A Vamos encerrou o trimestre com mais de 30 mil caminhões e aproximadamente 8 mil máquinas e equipamentos, avaliados em mais de R$ 9,4 bilhões no balanço da companhia. O número de ativos avançou 89,2% em relação ao terceiro trimestre de 2021.

O crescimento da frota é resultado da estratégia de expansão da empresa em um segmento que vem ganhando tração, mas ainda conta com poucos concorrentes.

“Hoje não temos nenhum competidor atuando com relevância. Alguns bancos e montadoras anunciaram entrada no segmento, mas com uma abordagem diferente da nossa”, disse Gustavo Moscatelli, CFO da Vamos, em entrevista ao InfoMoney. “Hoje temos capilaridade em todo o país e atuamos em todos os setores da economia”.

Moscatelli explica que os contratos de locação de caminhões têm, em média, cinco anos de validade e que a Vamos consegue capturar toda a valorização do ativo ao longo desse período. “Tivemos uma valorização muito grande da frota nos últimos 36 meses”.

O veículo mais caro também incentiva empresas a pensarem na locação como uma alternativa ao investimento em um frota própria, que demanda uma maior necessidade de capital. “No Brasil ainda existe uma cultura patrimonialista, mas o atual momento tem ajudado a mudar essa mentalidade”, diz Moscatelli.

No terceiro trimestre, a Vamos vendeu 476 caminhões e máquinas seminovos, atingindo uma receita líquida de R$83,6 milhões e uma margem bruta de 30,2%.

Espera-se que os caminhões fiquem ainda mais caros no ano que vem. Os novos limites de emissão de poluentes de veículos pesados entram em vigor a partir do próximo mês de janeiro. O padrão Euro 6 para a fabricação de caminhões pode fazer com que os preços subam de 20% a 30%, na avaliação do CFO da Vamos.

Vamos bateu meta de investimentos no 3º tri

A Vamos pretendia encerrar o ano com capex contratado entre R$ 4,3 bilhões e R$ 4,8 bilhões. Mas a cifra chegou a R$ 4,5 bilhões, na média da meta, já no terceiro trimestre, superando em 71,5% os investimentos realizados nos primeiros nove meses de 2021. “Crescemos mais rápido do que pensávamos”, afirma Moscatelli.

capex implantado no mesmo período atingiu 3,4%, o dobro do registrado na mesma base de comparação.

A empresa diz ter se antecipado nas compras de ativos para garantir o crescimento da companhia, mesmo em um cenário desafiador de produção na indústria.

Segundo Moscatelli, a empresa decidiu não divulgar um novo guidance. O quarto trimestre costuma ser um período sazonalmente mais fraco, no qual muitas indústrias entram em recesso. Este ano, o ambiente político e Copa do Mundo, em dezembro, adicionam volatilidade ao período.

Mesmo assim, o CFO descreveu o mês de outubro como “espetacular” para a companhia. E disse que o trimestre pode surpreender também por conta da Fenatran, maior feira do setor de transporte e logística, prevista para o mês que vem, em São Paulo.

Caixa robusto e alavancagem menor

O terceiro trimestre da Vamos foi marcada por duas captações que somaram quase R$ 2 bilhões em recursos. Uma oferta subsequente (follow on) de R$ 641 milhões e a venda de recebíveis de contratos de locação, por R$ 1,3 bilhões. Segundo a empresa, as duas operações ajudaram a fortalecer sua estrutura de capital.

A alavancagem da Vamos (relação entre dívida líquida e Ebitda), que estava em 3,26x ao final do segundo trimestre, passou para 2,68x em setembro.

“Encerramos o 3T22 com uma sólida posição de caixa e aplicações financeiras de R$3,144 bilhões, suficiente para
cobrir a dívida até 2025 e dispomos de R$645 milhões em linhas compromissadas não sacadas”, diz o comunicado da administração, que acompanha o balanço trimestral da companhia.

Ao InfoMoney, o CFO da Vamos disse que uma alavancagem entre 3x e 3,3x é “bastante saudável”. “Trouxemos [a alavancagem] para baixo para crescer de novo. O nosso business é intensivo de capital”, afirmou Moscatelli.

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Por: Mitchel Diniz – InfoMoney

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