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Vivo (VIVT3) e TIM (TIMS3): o que esperar dos resultados das ‘teles’ no 3º trimestre?

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Os balanços do terceiro trimestre das operadoras de telefonia deve ser marcado por impactos da redução de alíquota de ICMS em seus serviços. Na teoria, pagando menos imposto, essas companhias teriam ganhos de receita, sobretudo em planos pré-pago. Só que para esse tipo de cliente, não houve redução no valor da franquia. Em vez disso, as empresas aumentaram a oferta de dados nos pacotes contratados.

“Tem uma receita maior, mas tem uma canibalização, uma vez que o cliente tem menos incentivo de fazer uma recarga. Com uma recarga mínima, ele já tem uma franquia maior”, explicar Bernardo Guttmann, analista do setor de telecomunicações da XP.  “O impacto é marginalmente positivo”.

No pós-pago, o repasse da desoneração levou mais tempo que o esperado e chamou a atenção das autoridades de proteção aos direitos do consumidor, após publicação de reportagens do InfoMoney sobre o assunto.

“As operadoras não repassaram integralmente a redução alíquota. Por outro lado, elas já estão recolhendo menos imposto e teoricamente já estariam com uma geração de caixa maior. Só que o resultado não deve ter esse ganho, pois as companhias vão fazer uma provisão para conceder um desconto futuro para os consumidores. O impacto tende a ser neutro no pós-pago e outros planos com fatura”, afirma Guttmann.

Flávio Conde, analista de ações da Levante Ideia de Investimentos, explica que os balanços das operadoras de telefonia não costumam trazer muitas surpresas. “Mudam muito pouco de trimestre a trimestre, não há muita alteração em termos de consumo e geralmente apresentam um crescimento baixo”, afirma.

Porém, ele ressalta que os números mais recentes tendem a repercutir não só redução do ICMS sobre serviços de telecomunicações, como também investimentos que as companhias fizeram na tecnologia 5G. “É uma tecnologia que vai levar mais tempo do que se esperava para gerar receitas”, diz Conde.

A XP acredita que Vivo (VIVT3) e TIM (TIMS3) devem apresentar mais um trimestre de resultados sólidos. Para os analistas da casa, os números devem refletir um cenário competitivo mais racional, com a consolidação do mercado em curso após as operadoras adquirirem os ativos da Oi Móvel. A equipe de análise afirma que as empresas estão sendo capazes de aumentar preços, mantendo cancelamentos sob controle.

“As empresas estão migrando sistemas para aplicar descontos aos consumidores nos planos pós-pago e não terão impacto nos resultados. Porém, no pré-pago, mantiveram o preço mínimo de recarga e deram mais gigas de dados aos clientes”, diz o relatório da XP.

O Credit Suisse espera que ambas as companhias reportem resultados neutros. Do lado positivo, com um forte crescimento sequencial na margem Ebitda. Mas também prevê uma desaceleração no aumento das receitas, do ponto de vista orgânico, mesmo com a redução de ICMS nos serviços prestados pelas operadoras.

“No terceiro trimestre, esperamos que o ICMS mais baixo contribua [com ganhos] apenas nos resultados do segmento pré-pago. Para repassar a redução do imposto aos clientes, as ‘teles’ aumentaram as permissões de dados em vez de reduzirem os preços dos planos, com um efeito positivo nas receitas”, escreveram os analistas do Credit.

No segmento pós-pago, o Credit também acredita que qualquer descompasso de timing entre redução de imposto e redução de conta que possa ter acontecido, deve ser reportado como provisão na parte financeira dos resultados.

A expectativa também é de desaceleração nas receitas com serviços móveis das companhias. O Credit diz que um aumento nos preços dos planos vai ser fator chave para que esse faturamento cresça acima da inflação, ajudando a reduzir o efeito de cancelamentos e renegociações. Porém, os ajustes feitos até agora estão dentro da normalidade.

O que esperar dos resultados da Vivo

A Telefônica Brasil/ Vivo divulgará seus resultados nesta terça-feira (25) após o fechamento da Bolsa. O consenso Refinitiv prevê lucro líquido reportado de  R$ 852,38 milhões, alta de 11,7% em relação segundo trimestre e queda de 35,1% na comparação com um ano atrás.

Ainda de acordo com a média das projeções, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) deve ficar em R$ 4,808 bilhões, alta trimestral de 5,02% e de 8,92% na comparação anual.

Para a XP, os resultados da Vivo no terceiro trimestre serão sólidos, com continuidade de bons números operacionais. “A companhia continua entregando um saldo positivo de adições líquidas no pós-pago, refletindo sua estratégia assertiva de migração de pré-controle e também com saldo positivo da portabilidade”, diz relatório da equipe de análise.

A casa destaca o reajuste de preço para clientes controle e o impacto positivo da redução do ICMS no segmento pré-pago. Também diz que o segmento de telefonia fixa continua com dinâmica positiva, com reaceleração de adições líquidas em fibra óptica.

A XP prevê lucro líquido de R$ 998 milhões para a empresa no terceiro trimestre, uma queda  de 24,1% na comparação anual. Para a receita líquida consolidada, a expectativa é de crescimento de 11,7%, incluindo um avanço de 15,2% na receita com serviços móveis. A margem, por sua vez, deve ter uma contração anual de 40 pontos-base.

O Credit Suisse estima que as receitas com serviços móveis da Vivo cresçam 14,5% na comparação anual, em menor ritmo do que no segundo trimestre, quando avançaram 15,1%. O crescimento orgânico também tende a ser ligeiramente menor, de 8,5%, contra 8,8% de alta registrada entre maio e junho deste ano. O banco tem avaliação neutra para VIVT3  e preço-alvo de R$ 52.

Para Guilherme Tiglia, sócio e analista da Nord Research, a integração com a base de usuários da Oi móvel deve continuar se refletindo nos resultados da Vivo, com sinergias a serem captadas.

“A gente também deve continuar observando aquela dinâmica de maior exposição à fibra, contribuindo de forma cada vez mais significativa com o resultado, e compensando o declínio de receitas non core, de serviços legados”, afirma Tiglia.

O que esperar dos resultados da TIM

A TIM divulgará seu balanço trimestral no dia 7 de novembro, após o fechamento do pregão. O consenso Refinitv aponta para lucro líquido reportado de R$ 456,90 milhões, alta de 63,17% em relação ao segundo trimestre e baixa de 53,98% na comparação com um ano antes.

Na média das projeções do mercado, o Ebitda deve ser de r$ 2,640 bilhões, alta trimestral de 8,37% e de 22,27% em bases anuais.

Os analistas da XP acreditam que a dinâmica da companhia no terceiro trimestre não deve ser muito diferente do que aconteceu no período imediatamente anterior, destacando manutenção de crescimento de receita com serviços móveis no patamar de dois dígitos. Nos cálculos da casa, esse avanço deve ser 26% na comparação com o terceiro trimestre de 2022, para R$ 5,165 bilhões. O crescimento orgânico deve ser de 11%.

“A companhia realizou alguns aumentos de preço cheio em maio e deverá ter a contribuição cheia desse reajuste no trimestre, a despeito do churn [cancelamentos] ligeiramente maior e de maiores descontos para retenção”, diz a análise da XP.

A casa também destaca impactos positivos da redução de ICMS no pré-pago, que deve contribuir com o crescimento de 1 ponto percentual nas receitas totais e 50 pontos-base na expansão da margem Ebitda. Esta deve crescer 120 pontos-base em relação ao segundo tri, de acordo com a XP, atingindo 47,5%. No comparativo anual, espera-se queda de 50 pontos-base na margem.

Para as receitas com serviços móveis da operadora, o Credit Suisse projeta uma alta anual de 24,7%, superior ao avanço de 23% no segundo trimestre. Porém, a tendência é que o crescimento orgânico não acompanhe esse movimento e fique em 8,2%, bem menos que os 11,7% de alta registrados entre maio e junho.

“Para a TIM,  a desaceleração está relacionada com um alto crescimento anormal no segundo trimestre, já que efeitos negativos típicos para preços no período foram sentidos apenas no terceiro tri”, escreveram os analistas do Credit.

O banco tem preferência pelo papel em vez de Vivo, ainda que o desempenho de VIVT3 no ano tenha ficado 10% abaixo de TIMS3. O Credit tem avaliação outperform para TIM com preço alvo de R$ 16,50.

“Esperamos que as sinergias com a Oi levem a TIM a reportar fluxo operacional robusto nos próximos anos”, diz o relatório do banco. Para a equipe de análise, a TIM deve alcançar Vivo e Claro em termos de qualidade de percepção e será capaz de elevar preços e fatia de mercado em segmentos mais premium do mercado mobile.

Conde, da Levante, também tem preferência pelo papel da operadora. “É que mais vai receber clientes da Oi Móvel e crescer sua base, atualmente menor que a Vivo. Também é a mais adiantada na tecnologia 5G”.

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Por: Mitchel Diniz – InfoMoney

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